Projeto Resgate: Porto Murtinho - São Francisco do Guaporé

domingo, 25 de abril de 2010

Porto Murtinho - São Francisco do Guaporé

A festa do Divino, é um festejo secular, binacional, fluvial, de relevância étnica e cultural irrefutável.

Os integrantes do Batelão, descendentes indígenas, negros e ribeirinhos, visitam todas as localidades (brasileiras e bolivianas) às margens do Rio Guaporé, conduzem a bandeira, o cetro e a coroa do Divino Espírito Santo, levando bençãos a todas as casas e aos locais por onde passam e para a questão histórica e cultural tem uma importância indiscutível...

Imagens da passagem da coroa Porto Murtinho(São Francisco do Guaporé-RO), satisfação imensurável: nós estivemos lá!

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Influência

Cultura afro-brasileira é o resultado do desenvolvimento da cultura africana no Brasil, incluindo as influências recebidas das culturas portuguesa e indígena [1] que se manifestam em diversos expressões como, por exemplo, a música, a religião e a culinária.
A cozinha brasileira deriva em grande parte da cozinha africana, mesclada com elementos da cozinha indígena e portuguesa.
Na Bahia, por exemplo, existem duas maneiras de se preparar os pratos "afros". Uma mais simples, sem muito tempero, que é feita nos terreiros de candomblé para serem oferecidos aos Orixás, e a outra, fora dos terreiros, onde as comidas são preparadas e vendidas pela baiana do acarajé, nos restaurantes, e nas residências, que são mais carregadas no tempero e mais saborosas. A culinária baiana é a que mais demonstra a influência africana nos seus pratos típicos como acarajé, vatapá e moqueca.
A feijoada é considerado o prato nacional do Brasil. É basicamente a mistura de feijões pretos e carne de porco. Começou, certamente, quando escravos negros tentaram reproduzir pratos típicos da culinária portuguesa da região do Porto que misturavam feijão branco com carne de porco. Os escravos negros modificaram a receita, pois só tinham acesso a feijões pretos, às partes rejeitadas do porco que eram salgadas (pés, rabos, orelhas) e à carne-seca. A feijoada é acompanhada pela farofa, prato a base de farinha de mandioca, com origem indígena e couve refogada.

Site consultado:
www.wikipedia.org

A felicidade (Vinicius de Morais)

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como uma pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar.

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
por um momento de sonho para fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou de jardineira.
Pra tudo se acabar na quarta feira.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como uma gota de orvalho
Numa pétala de flor
Brilha tranqüila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa louca
Mas tão delicada também.
Tem flores e amores
De todas as cores
Tem ninhos de passarinhos
Tudo isso ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu trato sempre dela muito bem.

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A verdade que deve ser dita.

Em relação à essa palavra muito já foi dito, mas, nunca é demais lembrar que o que aconteceu nas praias do Brasil em 22 de abril de 1500, não foi uma descoberta, mas, sim, uma conquista violentíssima, com conseqüências funestas para os povos originários destas terras. Falar em descoberta ou conquista, não é apenas uma questão de semântica, mas de postura histórica, a idéia de descoberta absolve o conquistador de todas suas vilezas e violência contra os povos colonizados, que, segundo esta versão, foram descobertos, não domesticados e subjugados. É uma visão oportunista da história construída e veiculada pelas classes dominantes na tentativa de camuflar os crimes coloniais perpetrados pelos povos europeus. Os povos indígenas não foram descobertos; foram conquistados, o que é obviamente é bem diferente. Falar em descoberta, não é apenas ingênuo, antes disso, beira o oportunismo histórico e político.

Recomendações de leitura

Recomendações de Leitura:
Essa terra tinha dono - FDT
Benedito Prezia e Eduardo H.

As veias abertas da América Latina - Paz e Terra
Eduardo Galeano

Ymã, ano mil e quinhentos: relatos e memórias indígenas sobre a conquista – Mercado de Letras
Paulo Humberto Porto Borges

Uirá sai em busca de Deus – Paz e Terra
Darcy Ribeiro

Retrato do colonizador precedido pelo retrato do colonizado – Paz e Terra
Albert Memmi

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Real Forte Principe da Beira

RUINAS DO REAL FORTE PRÍNCIPE DA BEIRA
Luiz de Cáceres determinou que a fortaleza se denominaria “Real Forte do Príncipe da Beira”, em homenagem ao primogênito da futura Rainha D. Maria, que ostentava o título de Príncipe da Beira.
No seu retorno à Vila Bela (1776), afundou na margem esquerda do rio Guaporé confronte a foz do Carunbiara, povoado de Vizeu formado por casais de açorianos e portugueses.
A construção da fortaleza em estilo Vauban, ocorreu no período de 1778 a 1783, sendo inaugurada em 20 de agosto de 1783, assumindo o seu comando a capitão de Dragões José Melo de Sousa Castro de Vilhena, transferindo para guarnecê-la o destacamento estacionado no forte Bragança. Sambucetti vitimado por malária morreu em 1780, sendo sepultado no forte, tendo sido substituído na direção da construção pelo capitão engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra. Ao qual lhe coube concluí-la.
A fortaleza acha-se construída sobre um quadrado de 119,50 metros de lado, tendo um perímetro de 970 metros, quatros baluartes de 9m x 48m uniam-se nos ângulos, cada um possuía guarita e quatorze canhoneiras, ligando-se dois a dois por cortinas de 92,40m de extensão cada uma. Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição (a Oeste), Santo Antônio (a Leste), Santo André Avelino (ao Norte) e Santa Barbará (ao Sul). Paredes de 10m de altura alcançando-se do fosso. Dois portões, o principal com largura de 2,66m, no meio da cortina Norte dava acesso ao interior da fortaleza por um saguão abobadado alcançando os quartéis da guarnição, as residências do comandante e dos oficiais, a capela, aos armazéns, à as prisões (no interior da parede da cortina), enfermaria (totalizando 24 edificações), cisterna central e escada de ligação da praça à cortina Norte permitindo a circulação a toda a fortaleza pelas cortinas e baluartes. E acesso ao exterior por uma ponte de 31,60 m de comprimento dos quais 4,00 m elevadiços recolhendo-se ao forte, estendia-se desse sobre o fosso, ligando ao terreno adjacente. O segundo de menor dimensão, situada na cortina Oeste, abrindo-se sobre o fosso em frente ao rio Guaporé.
Sob a praça ficavam salas de prováveis depósitos de armas, munição, paiol de pólvora e víveres, esta parte subterrânea, ligava-se por um túnel à floresta na encosta da serra do Ouro Fino, como última alternativa de evacuação da fortaleza por seus defensores. A fortaleza era contornada por um fosso com dois metros de profundidade e com a largura variando de 2,00 m a 30,00 m.
O material empregado na construção da fortaleza foi a pedra Canga encontrada no local do seu soerguimento e na serra do Ouro Fino em sua proximidade, o cal em pedra (trinta toneladas) vieram de Belém do Pará via Amazonas/Madeira/Mamoré/Guaporé e posteriormente, de Vila Maria (atual Cáceres).
Foram contratados os melhores artífices no Rio de Janeiro e Belém do Pará para dirigirem os operários e os trabalhadores braçais livres e escravos, a construção ao longo do tempo absorveu contigente significativo de trabalhadores de todos os níveis. Sob sua influencia formou-se um núcleo populacional de uns mil habitantes ocupando-se uns nos trabalhos de erguimento do forte, outros em atividades diversas entre as quais agriculturas de cereais e café.
A construção da monumental fortaleza, impôs a incontestável soberania luso-brasileira sobre a margem direita do rio Guaporé.
D. Luiz de Cáceres submeteu ao ministro Sebastião de Carvalho e Silva (Marquês de Pombal) um projeto da construção de um canal no istmo da Camapuã ligando a Bacia de Prata (Rio Paraguai) a bacia amazônica (rio Guaporé), consequentemente Vila Bela/MT a São Paulo, via fluvial. Empreendimento desaconselhado a realizar por motivos de deficiências financeiras de Portugal.
D. Luiz de Cáceres em 1789, solicitou demissão do cargo de governador, após governar durante dezessete anos a capitania de Mato Grosso .
Foi substituído por João de Cáceres que governou a capitania no período de 1789 a 1796 (28 de fevereiro), data na qual faleceu cometido de pertinaz malária. Em sua gestão construiu o porto de Vila Bela um paredão de pedra de 100 metros de comprimento, 50 metros de largura e 2 metros de altura; organizou expedições para capturar escravos fugidos organizados em vários quilombos e fundou a aldeia Carlota constituída por ex-quilombolas do reduto Piolho.
Após sua morte seguiu-se um surto de varíola dizimando a população de Vila Bela, povoados, e arraiais, auríferos, ocasionando o início da decadência do alto e médio Vales do Guaporé, com redução ao mínimo da produção de ouro, abandono dos sítios agrícolas e pecuários, e praticamente a quase total paralisação do comércio com a capitania do Pará, tornando-se cada vez mais raras as viagens comerciais das monções entre a Vila Bela e Belém/PA.
Em 1799 assumia o governo da capitania o capitão general Caetano Pinto de Miranda Monte Negro, neste ano fundou na foz do rio Ribeirão, a fluente da margem direita do rio Madeira, o povoado de São José de Montenegro estacionando nesse um destacamento militar incumbido de proteger os colonos e auxiliar aos viajantes na travessia na cachoeira de Ribeirão. Governou até 1806, durante sua gestão passou mais tempo em Cuiabá, devido à ameaça de invasão dos espanhóis pelo sul da capitania através do Paraguai. Pra substitui-lo foi nomeado, Manoel Carlos de Abreu e Menezes, sua administração foi de curto período 1806 a 1807 um ano e três meses, falecendo vitima de malária.
Agrava-se o declínio econômico de Vila Bela, com a abertura de nova rota comercial entre Cuiabá e Belém-do-Pará via rios Arinos/Tapajós/Amazonas, decaindo também a importância estratégica do Real Forte do Príncipe da Beira.
No período de 1807 a 1815 a capitania foi governada por João Carlos Augusto Oeysenhauser Marquês de Aracati, permanecendo mais tempo em Cuiabá. Nesse período ocorreram a chegada da família Real Portuguesa ao Brasil (1808) e o falecimento do capitão Ricardo Franco de Almeida Serra um dos mais atuantes oficiais, cujos serviços prestados contribuíram para a consolidação da ocupação lusa no oeste do Brasil.
Em 1815, assume o governo da capitania Francisco de Paula Magessi, transferiu a sua sede administrativa de Vila Bela para Cuiabá, mudando a denominação da primeira para Mato Grosso. Acentua-se a decadência do Vale do Guaporé em conseqüência a exaustão dos depósitos auríferos intensificando-se o êxodo de sua população. Os empresários sem capital e empregados, uns imigram, outros se tornaram míseros faiscadores de ouro ou agricultores de produtos para sua subsistência. Melancolicamente, chega ao fim o ciclo econômico de exploração aurífera. Francisco Magessi foi deposto em 1822 ao ser proclamada a independência do Brasil.
Em 1870,retiram-se os últimos soldados do Real Forte do Príncipe da Beira, ficando este relegado ao total abandono.
A derrocada econômica do Vale do Guaporé implica na do Vale do Madeira, no primeiro ficam os negros africanos e seus descendentes agora livres e se autogovernando. No segundo permanecem na mesma forma, os mamelucos (caboclos) descendentes dos luso-paraenses e dos portugueses missigenados com os indígenas, sobrevivendo da agricultura familiar, da coleta e extração de produtos florestais, da pesca e de caça. Situação que se alterará com o advento de um novo ciclo econômico, o da extração, produção e exportação da borracha nativa .
Fonte: Abnael Machado

Projeto Resgate

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domingo, 25 de abril de 2010

Porto Murtinho - São Francisco do Guaporé

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